segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Vida minha

Morro ao ver-me assim
Ao ver-te assim, humilde
Divindade enfraquecida
Escondida sobre o altar
Vida minha aí fora de mim
Em mim morte tão sentida
Vazio infinito de mim
De ti desejo, anseio
Insaciável de outro jeito
Senão aqui, na morte
No calvário, minha morte
E tua, véu que esconde
Tua glória e apaga
Minha culpa, glória
Que deixa em mim
Tão forte sentimento
Que a pena ainda sofro
Da culpa que apagaste
Sofro a demora, ausência
Esperança insatisfeita
Desejo sempre incompleto
E morro ao ver-te assim
Pequeno e glorioso, oculto
Vida minha aí, fora de mim
E de desejos me consumo
Enquanto espero poder chegar
Tão perto de ti que te possa
Tocar, comungar, adorar e amar
E reviver ao te encontrar
Vida minha aqui dentro de mim

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Tua Voz

Teu silêncio e minha voz
Confundem-se neste olhar
Que desviar-se já não pode
Alma que deixou-se mover
Envolver por amor tão grande
Que se estende por toda parte
E em toda parte é inteiro
Infinito, eterno

Minha voz e teu silêncio
Confundem-se em meu silêncio
Neste olhar, neste desejo
Que não sei explicar
Desejo que já não pode
Desviar-se do amor, amor
Imenso que me envolveu
Em sua imensidão

Tua voz, meu silêncio
Coração teu que puseste
Em mim, vida minha que vivo
Já não em mim, em ver-te
Em ter-te perto de mim
Comigo e em mim, vida
Que na morte, tua e minha
Uma só se tornou