sábado, 16 de abril de 2011

Teu Amor

Estava próximo o dia da Páscoa. Noite que jamais seria esquecida, bem aventurada noite que pôde resumir Tua história, a Boa Nova que por toda a Tua vida anunciaste e da eternidade nos fez todos participar. Noite diferente das outras noites. Tu, sabendo o que depois daquela hora sofrerias, pressentindo a despedida e a saudade que ficaria em Teu lugar, trataste logo de nos deixar uma lembrança, memorial de Tua vida e daquela hora, das horas que viriam. E muito mais que uma lembrança nos deixaste! Ali já vencias a morte e suas armas e nossa alma preparavas para Tua despedida. Quiseste ficar conosco depois de partir, partindo com Teus irmãos o pão que era Teu corpo, bebendo aquele vinho com Teus amigos, vinho que à Tua Palavra Teu sangue se tornara, voz que a tudo criou e ali recriava, Verbo Eterno que a tudo renovas.

Eis a nova vida, eis o Sangue que a tudo purifica, que afastou de nossas casas a morte que nos rondava! Eis a carne que nesta Pásca nos há de alimentar, eis a festa da liberdade dos antigos cativos de Judá! Preparas com Tua Palavra nosso coração para receber-Te. Tu nos recordas Tuas histórias, Tuas passagens por nossa história, nos falas de quem Te amava, também daqueles que à Tua Palavra não quiseram ouvir. Apresentas à nossa escolha a Tua escolha, Tua vida, Tua morte. Diante de nós colocaste a vida e a verdade, e um único caminho. Ouvimos atrás de nós aquele que nos diz: "este é o caminho, tomai-o" (cf. Is 30, 21) e diante de nós vemos a Cruz sobre o calvário. Eis o caminho, a verdade e a vida (Jo 14, 6)